É possível desenvolver sistemas usando vários modelos de arquitetura de software e levando em conta as peculiaridades de cada desenvolvedor. Uma forte tendência no mercado de software atual é a arquitetura de microsserviços, geralmente colocada em oposição à arquitetura monolítica.

Para aprender mais sobre o funcionamento de cada uma dessas arquiteturas, continue a leitura deste artigo. Além disso, mostraremos as 7 principais diferenças entre elas. Confira!

O que é arquitetura monolítica?

As linguagens de desenvolvimento de aplicações permitem que os sistemas sejam quebrados em módulos. No entanto, a forma tradicional projetada para o desenvolvimento de software é a criação de toda a arquitetura em um único executável monolítico.

Esse modelo é a forma de desenvolver um sistema a fim de que todas as funções estejam em um único processo. Os diversos módulos do sistema são executados em uma mesma máquina, compartilhando recursos de processamento, memória, bancos de dados e arquivos.

Como o sistema está inteiro naquele bloco, o desenvolvimento é mais ágil e é possível subir uma prova de conceito (Proof of Concept, ou PoC) ou uma primeira versão (Minimum Viable Product, ou MVP) para validar um produto ou negócio. O sistema monolítico é de desenvolvimento e compreensão simplificados, permitindo a execução por uma equipe menor e com menos qualificação.

O que é arquitetura de microsserviços?

É uma maneira diferente de organizar e desenvolver softwares que visa criar diversos sistemas independentes, mas interligados. Desse modo, cada um dos microsserviços funciona dentro de seu próprio processo, com seu código especialista e banco de dados independente. Importante salientar que, por mais que o nome seja micro, não estamos diante de sistemas obrigatoriamente de baixa complexidade ou pequenos. Os microsserviços podem ser grandes e complexos sistemas interligados em outros microsserviços de diversos tamanhos e funcionalidades.

O maior trunfo é o desenvolvimento de acordo com a função, que fica bem-delimitada e serve a um propósito específico. Se pudéssemos resumir a arquitetura de microsserviços em uma palavra, seria especialização. Como cada serviço tem uma implantação diferente, a subida de uma nova versão não atrapalha a disponibilidade dos demais. Também é possível isolar os itens críticos em uma infraestrutura separada para escalar de forma independente do restante do sistema.

Desse modo, basta que seja possível integrá-los, mas eles não necessariamente precisam ser todos desenvolvidos pela mesma equipe. A software house pode até mesmo terceirizar questões específicas para, depois, utilizar os serviços desenvolvidos em seus sistemas de forma integrada.

Por ser uma estrutura mais complexa, exige um maior nível de automação das implementações. Além disso, orquestrar todos os microsserviços é essencial para que tudo funcione. A complexidade exige desenvolvedores com qualificação maior ou, ao menos, uma boa coordenação de DevOps (Desenvolvimento e Operações) para assegurar um bom funcionamento.

Quais as diferenças entre a arquitetura de microsserviços e a monolítica?

1. Governança

O nível de complexidade da coordenação é muito mais baixo em arquitetura monolítica. Existe uma questão relevante que torna a arquitetura monolítica desvantajosa nesse ponto: como tudo é desenvolvido em um único código, um problema em qualquer parte do processo pode causar uma queda completa no serviço. No desenvolvimento em microssistemas, isso não acontece e as crises são pontuais, permitindo o uso de funcionalidades não afetadas pelo problema.

2. Prazo do projeto

Quem quer testar uma ideia ou lançar rapidamente um sistema deve considerar o desenvolvimento em arquitetura monolítica. Os microsserviços, dada a complexidade, envolvem processos que precisam de mais tempo e podem não ser a melhor opção para testes de conceito.

3. Atualização

O desenvolvimento em arquitetura monolítica implica em acrescentar itens sempre ao mesmo bloco. Por isso, com o passar do tempo, o sistema fica cada vez maior e mais complexo. As atualizações exigem a reinicialização de todo o sistema e podem causar a perda temporária de funcionalidade de todo o ambiente.

No desenvolvimento monolítico, é importante que o sistema utilize linguagem única. Isso deixa de fora a oportunidade de usar outras opções que poderiam ser mais úteis para a nova funcionalidade.

Na arquitetura de microsserviços, cada um dos serviços é interdependente e tem baixo nível de acoplamento. A inclusão de melhorias ou as atualizações não são capazes de interferir em outras funcionalidades. Esse mesmo baixo acoplamento torna os desenvolvedores independentes, podendo utilizar diversos tipos de tecnologia conforme a necessidade de cada serviço.

Como nos microsserviços não é necessário utilizar uma única linguagem, os sistemas evoluem continuamente. Assim, sua software house evita a obsolescência tecnológica de todo o sistema.

4. Complexidade

Como o desenvolvimento monolítico é incremental, a complexidade de todo o sistema aumenta com o passar do tempo. Isso faz com que o funcionamento consuma cada vez mais recursos, deixando a manutenção cada vez mais cara e lenta, visto que existe uma alta dependência de componentes de código.

A arquitetura de microssistemas, por outro lado, mantém a complexidade do sistema uniforme, pois as modificações e novas funcionalidades são feitas em novos microsserviços. Como cada um é independente, sua complexidade aumenta muito menos ao longo do tempo.

5. Escalabilidade

O sistema monolítico tem uma escalabilidade difícil, pois sempre é necessário duplicar a infraestrutura na nova instância. Conforme o sistema cresce, essa duplicação torna a escalabilidade cara, praticamente inviável.

Já nos microsserviços, a implantação e replicação pode ser feita de forma independente em servidores, máquinas virtuais e containers. O crescimento é gerido pela necessidade, sendo feito de forma individual e muito mais flexível para cada serviço.

6. Custos

A arquitetura monolítica é mais simples e, por isso mesmo, num primeiro momento é mais barata. Com o passar do tempo e o aumento da complexidade e exigência de recursos do sistema, no entanto, a conta fica mais cara.

Já nos microsserviços, ocorre o contrário. A implantação inicial requer um maior investimento, mas a tendência é que com o tempo os sistemas independentes criem uma relação melhor de custo-benefício. Inclusive, a terceirização do desenvolvimento de microsserviços, com integrações prontas, reduz esse custo inicial de forma significativa.

7. Integração

Quem tem uma arquitetura de software baseada em microsserviços deve cuidar bem da comunicação entre eles. Isso permite a integração com outros serviços desenvolvidos de forma independente, complementando o sistema de forma mais profissional do que as funções desenvolvidas monoliticamente. As possibilidades de integração são inúmeras, tornando mais simples para a empresa oferecer novos produtos e serviços para os clientes.

As soluções da Vinco se comportam como microsserviços, pois são especializadas e se integram ao ERP da empresa. Para o usuário final, fica parecendo que é tudo um sistema só. Como a arquitetura é feita em apartado, a emissão de documentos fiscais eletrônicos não interfere nem sofre interferência do sistema de gestão em si, facilitando a atualização e a manutenção e garantindo o funcionamento do módulo de documentos fiscais para que os clientes cumpram suas obrigações fiscais.

Escolher entre arquitetura de microsserviços e monolítica não é uma tarefa simples. Mudar o modelo adotado também é uma escolha complexa, que envolve a análise de diversos fatores. Tudo indica que o mercado caminha para uma prevalência dos microsserviços, mas, dentro da software house, a escolha é do desenvolvedor.

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