As mudanças com a reforma tributária são uma das principais pautas do Governo Federal e do Congresso Nacional. Ela tem como objetivo simplificar e modernizar o sistema tributário brasileiro, que hoje é complexo e oneroso para as empresas e os consumidores. 

Ela proporciona mudanças que trazem benefícios, como maior transparência, segurança jurídica, redução de custos e aumento da competitividade. 

Além disso, estimula o crescimento econômico, a geração de empregos e a redução das desigualdades sociais e regionais no país. 

Neste artigo, separamos as principais mudanças com a reforma tributária e abordaremos sobre o Evento Especial Reforma Tributária realizado pelo Grupo VOTO e SOVOS que discutiu sobre as atualizações da reforma.

O que é reforma tributária e qual é o seu objetivo?

A reforma tributária é uma mudança nas leis do Governo Federal que envolve os impostos e tributos que precisam ser pagos pelo contribuinte. Ela é uma forma de cobrança em todo o estado nacional.

O seu objetivo é tornar o sistema tributário mais transparente e, ao mesmo tempo, simplificá-lo e modernizá-lo, que hoje é muito complexo e burocrático.

Ou seja, reduzir a carga tributária sobre os produtos e serviços, beneficiando os consumidores e diminuir os custos e a burocracia para as empresas, aumentando a produtividade e a competitividade.

Além disso, a reforma tributária tem como objetivo também evitar a sonegação e a guerra fiscal entre os estados, bem como promover a justiça social e regional, distribuindo melhor os recursos arrecadados.

Afinal, o sistema tributário ideal aumenta a competitividade das empresas, proporciona equilíbrio entre a concorrência e favorece o desenvolvimento das competências. Tudo isso, auxilia para acelerar o crescimento econômico do Brasil.

Quais são as principais mudanças com a reforma tributária?

A reforma tributária visa diversas mudanças para a legislação e o cálculo dos impostos. Várias propostas já foram apresentadas no decorrer dos últimos anos, mas – atualmente – existem três propostas com maior destaque no Congresso Nacional: 

  • a PEC 45, apresentada pela Câmara dos Deputados; 
  • a PEC 110, apresentada pelo Senado; 
  • o PL 3.887, apresentado pelo Governo Federal. 

As três têm pontos em comum, mas também diferenças em relação à abrangência, à alíquota e à transição do novo imposto.

Confira as principais mudanças a seguir:

PIS e COFINS em um único imposto (CDB)

A primeira delas é sobre os impostos que são pagos por meio da simplificação. Ou seja, a unificação do PIS (Programa de Integração Social) e da COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), em um tributo de valor agregado, o IBS (Imposto sobre operações com bens e serviços).

Com isso, ele substituirá o PIS/Pasep sobre folha, importação e receitas, além da COFINS sobre importação e sobre receitas em um único imposto.

Vale ressaltar que a proposta é limitada aos tributos federais sobre consumo, assim os tributos municipais e estaduais sobre consumo e serviços não estão incluídos.

O objetivo é acabar com as cobranças diferenciadas para vários setores, o que facilita a tributação de bens e serviços para as empresas.

Imposto de Renda

A reforma tributária referente ao Imposto de Renda (IR) está no PL 2.337/2021 que foi enviado ao Congresso em junho de 2021. Ela busca diminuir a cobrança de imposto de renda dos trabalhadores.

Com isso, ocorrerá uma reformulação do IR, que terá uma redução da alíquota máxima para pessoas físicas de 27,5% para 25%, e uma ampliação da faixa de isenção que hoje é de apenas R$1.903,98.

Além disso, haverá a tributação de lucros e dividendos distribuídos por empresas a seus sócios ou acionistas em 20%, com isenção para micro e pequenas empresas do Simples Nacional.

Outras mudanças com a reforma tributária

Além das mudanças mencionadas anteriormente, a reforma tributária ainda prevê as seguintes alterações: 

  • Criação de um imposto seletivo sobre produtos específicos, como cigarros, bebidas alcoólicas, combustíveis e energia elétrica. Assim, os produtos teriam alíquotas diferenciadas para desestimular o consumo desses bens.
  • Criação de um imposto sobre grandes fortunas (IGF), que incidiria sobre patrimônios acima de R$ 50 milhões, com alíquotas progressivas de 0,5% a 1%.
  • Extinção ou redução de diversos benefícios fiscais concedidos a setores específicos da economia, como a Zona Franca de Manaus, a indústria automotiva e a agropecuária.

Essas são as principais mudanças da reforma tributária, mas ainda há muitos detalhes a serem definidos e discutidos pelo Congresso Nacional. Ela é uma questão complexa e polêmica, que envolve interesses diversos e conflitantes. 

Por isso, é importante que nós, cidadãos, acompanhemos o debate e nos informemos sobre os impactos que ela pode ter na nossa vida e na sociedade.

Lembre-se que a reforma tributária é um tema importante e que afeta a todos os brasileiros. Por isso, é fundamental que sejam realizados debates amplos e democráticos sobre as diferentes propostas e seus impactos para a sociedade.

Evento Especial Reforma Tributária realizado pelo Grupo VOTO e SOVOS 

Você já sabe que a reforma tributária é fundamental para o desenvolvimento do Brasil, pois pode estimular o crescimento econômico, a geração de empregos e a redução das desigualdades. 

Por isso, é importante que todos estejam informados e engajados nessa mudança que pode causar vários impactos para o país.

A convite da SOVOS, o CEO da Vinco + Avvall, Leandro Felizali, esteve presente no Evento Especial Reforma Tributária realizado pelo Grupo VOTO e SOVOS que contou com a presença de grandes empresas do setor público e privado, além da área de tecnologia, fiscal e tributária. 

Felizali, por sua vez, convidou clientes e parceiros para o acompanharem ao evento onde foram recebidos com um elegante coquetel de recepção e um delicioso almoço. 

Estavam presentes à mesa do CEO da Vinco + Avvall, importantes nomes, como:

  • Jorge Campos (SPED Brasil);
  • José Sardinha (Tilibra);
  • Juliana Paranhos e Rodrigo Trippo (Souza Cruz);
  • Simone Balbino e José Rubens (Chris Cintos);
  • Roberto Spuri (SOVOS);
  • Yim King Po (YKP);
  • Karina Salazar (SOVOS).
Leandro CEO, Equipe Bat Brasil e SouzaCruz - Reforma Tributária
Evento Reforma Tributária – Leandro (Vinco+Avvall), Equipe BAT Brasil (Souza Cruz)
Almoço mesa redonda com convidados - Reforma Tributária
Evento Reforma Tributária – Almoço mesa redonda com convidados.
Leandro CEO e Simone Balbino e Chris Cintos - Reforma Tributária
Leandro (CEO da Vinco+Avvall) e Simone Balbino (Chris Cintos)
Leandro VINCO, Dr.Eudaldo Almeida e Roberto Spuri da SOVOS
Evento Reforma Tributária – Leandro (Vinco+Avvall), Dr. Eudaldo Almeida e Roberto Spuri da SOVOS
Leandro VINCO e José Sardinha da TILIBRA
Leandro (CEO da Vinco+Avvall) e José Sardinha (Tilibra)

O evento teve três sessões plenárias que explicaremos a seguir:

1 – Impactos da reforma tributária em grandes capitais 

A primeira plenária foi apresentada pelo Prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, e o Prefeito de Florianópolis, Topázio Neto, onde foi exposto a situação das grandes capitais em relação aos impactos da reforma tributária. 

Uma vez que é considerado que grandes municípios são ricos e possuem grandes arrecadações de ISS, a reforma tributária prevê que haja uma redução gradativa dessas arrecadações. Assim, poderá ser redirecionado parte desses valores para o estado e Governo Federal para que haja equilíbrio das contas. 

O Prefeito de São Paulo/SP, embora favorável à reforma tributária, usou seu discurso para defender os municípios e afirmou que a reforma prevê uma redução de R$ 15 bilhões por ano para a capital paulista, caso seja aprovada do jeito que está, o que é uma perda muito grande para a capital. 

Plenaria 1 com Ricardo Nunes, PREFEITO SP, Topázio Neto, PREFEITO FLORIPA
Plenária 1 com Ricardo Nunes, Prefeito de São Paulo, e Topázio Neto, Prefeito de Florianópolis.

Esse desvio significativo do destino da arrecadação, trará sérios impactos na manutenção da educação, saúde e infraestrutura do município de São Paulo/SP.

Já o prefeito de Florianópolis, que também é favorável à reforma, esclareceu que sua capital é nacionalmente famosa pela boa qualidade de vida. Por isso, recebe 40 novos moradores imigrantes por dia e precisa absorver todas as despesas com essas acomodações para que a cidade continue agradável e bonita para receber os turistas. 

Além disso, citou diversas despesas do município que são obrigações do estado e do governo federal e que são pagas pelas receitas, como o ISS, uma vez que a cidade preza pela qualidade de vida acima de tudo. 

Alertou ainda que as reformas tributárias que estão propostas visam uma significativa redução das receitas da Prefeitura e isso, trará reflexos negativos e imediatos para a capital.

2 – A visão da indústria, varejo e serviços sobre Reforma Tributária

A segunda plenária foi apresentada por Augusto da indústria automotiva Volvo, Alessandra da varejista Via Varejo e Gustavo da Tim serviços de telecomunicações. Juntos eles apresentaram uma visão de como a indústria, varejo e serviços estão enxergando os efeitos da reforma tributária.

Plenaria 2 com Augusto Volvo, Alessandra Via Varejo e Gustavo Tim
Plenária 2 com Augusto (Volvo), Alessandra (Via Varejo) e Gustavo (Tim).

Em resumo, todos os três segmentos são totalmente favoráveis à reforma e, cada um, expôs suas expectativas.

A Volvo expôs as dificuldades que os altos tributos ocasionam e fazem com que a indústria tenha grande dificuldade de se instalar no Brasil. Além disso, quando se instala não consegue a expansão esperada, devido às dificuldades de compliance fiscal, constantes mudanças na legislação e alto risco de autuações.

A Via Varejo citou a grande dificuldade que é competir com a China e outros países que possuem tributos menores e políticas tributárias mais simples. Por mais que o mercado interno seja inovador, competente e esforçado, os altos tributos e a complexidade fiscal dificultam o crescimento e a estabilidade do setor.

A Tim, por sua vez, disse que os produtos essenciais de infraestrutura, como telefone, água e energia, que fazem parte da infra básica da população, deveriam ser tributados com impostos muito menores, pois estão diretamente relacionados ao crescimento do país. 

Isso porque, se você barateia a infraestrutura, a população, as indústrias, os serviços e tudo mais conseguem evoluir de uma forma mais barata e mais rápida. Por isso, considera abusiva a forma que os impostos – atualmente – são aplicados principalmente em serviços essenciais.

3 – A visão do Estado sobre a Reforma Tributária

A terceira e última plenária foi apresentada pelo Deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança, Deputado Bernard Appy e Paulo Castro, LA Manager da empresa SOVOS.

Plenaria 3 com Deputado Luiz Bragança, Deputado Bernard Appy e Paulo Castro.
Plenária 3 com Deputado Luiz Bragança, Deputado Bernard Appy e Paulo Castro.

Foi discutido sobre a necessidade da reforma, onde eles se apresentam sempre otimistas, uma vez que qualquer coisa que seja criada será muito melhor que a situação em que estamos. Pois, é praticamente impossível escrever uma legislação tributária tão ruim quanto a que temos.

Os deputados deixaram claro que muitos estudos foram feitos, inclusive por entidades independentes e credenciadas. As propostas em discussão estão muito bem embasadas e trarão muito mais benefícios do que prejuízos. 

Citaram ainda estudos que comprovam que a redução dos impostos ocasiona aumento da arrecadação e redução da sonegação. Eles complementaram expondo que o processo será gradativo e que o reequilíbrio da distribuição da arrecadação trará benefícios a todos.

O que podemos concluir com o evento Especial Reforma Tributária?

Baseando-se nas três distintas visões, podemos concluir que todos são favoráveis à reforma e que qualquer que seja o resultado, é melhor fazê-la do que deixar como está.

Porém, podemos perceber que será persistente a guerra entre municípios e estados, onde os municípios lutarão de forma incansável para defender suas arrecadações.

É utópico acreditar que haverá uma reforma que agrade a gregos e troianos. Percebe-se que ainda há muito o que se discutir. 

Há uma expectativa nacional de que a reforma seja aprovada – ainda – em 2023. A verdade é que o primeiro semestre já se foi e, está claro, ainda há mais dúvidas do que certezas.

Os parlamentares presentes ao evento afirmaram que a reforma sairia até junho deste ano, mas o mês já acabou e suas palavras apenas se transformaram em mais uma afirmação não cumprida.

A boa notícia é que o assunto está constantemente em pauta, amplamente discutido e apoiado por todos os setores mercantis, financeiros e políticos. Algo vai sair! Continuamos na torcida para que seja breve e o melhor possível.

A Vinco + Avvall agradece a parceria com a SOVOS e o Grupo VOTO e parabeniza pela iniciativa. Estamos todos juntos em prol da reforma tributária.

Que tal ficar sempre atualizado com as novidades sobre a área fiscal e tecnológica? Acompanhe o nosso blog e não perca nenhuma atualização sobre a reforma tributária.