Após a definição das regras fundamentais com a Lei Complementar nº 214 em 2024-2025, o ano de 2026 emerge como uma fase de vital importância estratégica com a Reforma Tributária e os testes operacionais e simulações.  

Ele será o ano do grande “ensaio geral” antes que as novas tributações comecem a impactar o fluxo de caixa e as operações reais das empresas.  

O objetivo principal é garantir que a teoria se alinhe com a prática, identificando e corrigindo eventuais falhas nos sistemas e processos antes da implementação plena. 

Neste artigo, mostraremos os principais pontos da Reforma Tributária e os testes operacionais em 2026, além de tudo que você precisa saber. 

Acompanhe!

Qual é o propósito da Reforma Tributária e dos testes operacionais? 

Em sua essência, 2026 será um ano de validação. Tanto o governo quanto o setor privado estarão envolvidos em um esforço colaborativo para assegurar que a infraestrutura tecnológica e os fluxos operacionais estejam robustos o suficiente para suportar o novo sistema.  

A lógica é simples: é melhor descobrir e corrigir problemas em um ambiente de simulação do que enfrentar multas quando os impostos estiverem sendo efetivamente cobrados. 

As atividades de 2026 focarão em: 

Validação dos sistemas governamentais de arrecadação e controle 

Os órgãos federais, estaduais e municipais precisarão testar suas próprias plataformas de coleta, processamento, fiscalização e distribuição dos novos tributos (CBS e IBS).  

Isso inclui a compatibilidade entre os diferentes níveis de governo e a integração com os sistemas dos contribuintes. 

Teste de novas obrigações acessórias 

As empresas e o governo simularão o cumprimento das novas obrigações acessórias, que são as declarações e documentos que detalharão as operações tributáveis.  

Com isso, é possível verificar se os leiautes, campos e regras de preenchimento estão claros e se os sistemas conseguem gerá-los corretamente. 

Fluxo de crédito e débito 

Um dos maiores benefícios do novo sistema é a ampla tomada de créditos sobre as aquisições.  

Os testes operacionais em 2026 serão fundamentais para simular como esses créditos serão apurados, registrados e compensados, garantindo a neutralidade do IVA na cadeia de valor. 

Leia também: Como a transição da Reforma Tributária impactará as empresas?   

A participação ativa das empresas nos testes operacionais: simulações com alíquotas reduzidas 

As empresas não serão meras observadoras; elas serão participantes ativas e essenciais neste processo.  

A colaboração do setor privado fornecerá o feedback necessário para aperfeiçoar o sistema. Para isso, elas simularão o cumprimento de obrigações acessórias relacionadas à CBS e ao IBS, utilizando alíquotas significativamente reduzidas: 

  • CBS = 0,9% 
  • IBS = 0,1% 

Por que alíquotas tão baixas?  

O objetivo dessas alíquotas mínimas não é arrecadar, mas sim permitir que as empresas e seus sistemas “rodem” os cálculos e as rotinas como se os impostos estivessem em vigor, sem que isso represente um impacto financeiro significativo em seu fluxo de caixa ou na sua carga tributária real.  

Portanto, é uma forma de testar a funcionalidade, não a arrecadação. 

Essa simulação permitirá a: 

  • Validação de software e ERPs: verificam se seus sistemas de gestão empresarial (ERPs) e softwares fiscais estão atualizados e configurados corretamente para calcular, registrar e reportar os novos tributos sob as novas regras de apuração (como o princípio do destino e o crédito financeiro); 
  • Ajuste de processos internos: identificam gargalos, inconsistências ou ineficiências em seus próprios processos internos de faturamento, compras, contabilidade e fiscal. É a oportunidade de ajustar fluxos de trabalho, cadastros de produtos e serviços, e procedimentos de apuração; 
  • Treinamento prático de equipes: proporcionam treinamento prático para as equipes fiscal, contábil, financeira e de TI, familiarizando-as com as novas rotinas e dinâmicas tributárias em um ambiente de teste controlado; 
  • Fornecimento de feedback construtivo: reportam falhas, dificuldades ou sugestões de melhoria aos órgãos governamentais e aos desenvolvedores de sistemas, contribuindo ativamente para o aprimoramento do modelo. 

Quais são as principais ações essenciais para as software house em 2026? 

Com a Reforma Tributária avançando em ritmo acelerado, o ano de 2026 se configura como um período de vital importância estratégica para as software houses no Brasil.  

Após a aprovação da Lei Geral do IBS, CBS e Imposto Seletivo em 2025, este é o momento de colocar a teoria em prática: o ensaio geral e os testes operacionais antes que as novas tributações federais sobre o consumo entrem em vigor de fato em 2027. 

Para as software houses, 2026 não é apenas um ano no cronograma; é a última janela de oportunidade para garantir que seus produtos e seus clientes estejam 100% preparados para a nova realidade fiscal. É o ano da validação intensiva e do refinamento.  

Para quem começou os testes e a se preparar em 2025, é possível continuar os testes em 2026 e ir lapidando para deixar os sistemas totalmente preparados. 

Confira as ações essenciais para as software houses: 

Validação intensiva e refinamento do software fiscal 

Este é o coração da operação em 2026. Com a Lei Complementar já sancionada, o sistema de testes oficial com alíquotas reduzidas (0,9% para CBS e 0,1% para IBS) entrará em vigor.  

Assim, a software house deve: 

  • Executar testes de ponta a ponta: simular todas as operações fiscais que seus clientes realizam dentro do ambiente do novo IBS/CBS. Isso inclui a emissão e recebimento de documentos fiscais sob as novas regras, a apuração de débitos e créditos, e a geração das futuras obrigações acessórias; 
  • Coleta e análise de feedback estruturado: trabalhar de perto com um grupo selecionado de clientes-piloto para coletar feedback detalhado sobre a usabilidade, a precisão dos cálculos, a performance do sistema e a clareza dos relatórios; 
  • Otimização de performance e escalabilidade: garantir que o software não apenas funcione corretamente, mas que o faça de forma eficiente e rápida, mesmo com um grande volume de dados e operações, antecipando o volume real de transações em 2027; 
  • Correção proativa de erros: utilizar os dados dos testes para identificar e corrigir falhas, inconsistências ou bugs nos algoritmos e interfaces. Este é o momento de errar para acertar, evitando problemas reais para os clientes no futuro. 

Participação ativa nos testes operacionais oficiais e ambientes de homologação 

Os órgãos governamentais (Receita Federal, Conselhos Federativos) disponibilizarão seus próprios ambientes de teste e validação. A software house deve: 

  • Conectar-se e homologar: assegurar que as integrações de seus sistemas com os ambientes de validação da Receita Federal e dos futuros sistemas de gestão do IBS estejam funcionando perfeitamente; 
  • Fornecer feedback qualificado: atuar como um parceiro estratégico do governo, reportando inconsistências, propondo melhorias nos leiautes e regras, e contribuindo para o aperfeiçoamento geral do sistema fiscal digital. 

Treinamento aprofundado de equipes (internas e de clientes) 

O conhecimento é poder e, em 2026, ele se torna uma arma estratégica: 

  • Capacitação interna reforçada: as equipes de desenvolvimento, suporte, consultoria e vendas da software house devem ter um domínio profundo das novas regras do IBS e da CBS. Isso garante que possam construir, manter e vender soluções eficazes; 
  • Programas de treinamento abrangentes para clientes: desenvolver e aplicar programas de treinamento práticos e detalhados para as equipes fiscal, contábil e de TI dos clientes. Utilizar os ambientes de teste para simular o dia a dia, ajudando-os a se familiarizar com as novas rotinas e a operar o software com confiança. Criar materiais de apoio ricos (tutoriais, FAQs, vídeos). 

Monitoramento e adaptação contínua às Normativas 

Mesmo após a Lei Complementar, o cenário normativo pode sofrer ajustes finos: 

  • Acompanhamento legislativo atento: manter uma equipe dedicada a monitorar a publicação de portarias, instruções normativas ou quaisquer outras regulamentações que possam refinar ou clarificar a aplicação do IBS e da CBS; 
  • Agilidade na adaptação: ter processos internos ágeis para incorporar rapidamente essas novas informações e fazer as atualizações necessárias no software, garantindo que o cliente esteja sempre em conformidade. 

Para as software houses, 2026 não é apenas um ano de testes; é o divisor de águas que separa a teoria da prática. É o período em que a resiliência tecnológica e a capacidade de adaptação serão postas à prova.  

Aquelas que investirem proativamente na validação de seus sistemas, na capacitação de suas equipes e na colaboração com o ecossistema fiscal não apenas garantirão a conformidade de seus clientes, mas também solidificarão sua posição como líderes de mercado e parceiros indispensáveis na jornada da Reforma Tributária.  

Portanto, o sucesso em 2026 é o alicerce para a prosperidade nos anos seguintes. 

Se você precisa de ajuda para se adaptar à Reforma Tributária, entre em contato com o Grupo Vinco e saiba como preparar os seus clientes!